I wanna rock n' roll all nite!

Não que todos sejam cegos ou utópicos, mas, na minha humilde opinião, a verdade é essa: dá-se mais valor ao que se passa na MTV ( nada contra a emissora ), à beleza dos integrantes das bandas e aos seguidores de certo estilo do que à beleza das letras e ao que realmente é bom, aceitando portanto, praticamente tudo.

Não vou estar, nesse post, criando uma "cartilha da boa roqueira", mas tentando colocar lucidez em algumas cabecinhas por aí e tentar reavivar a chama que o rock demorou pra acender, mas quando acendeu, iluminou o mundo da música, iluminou não, explodiu!

Lembro quando eu era pequena, morava no interior do Tocantins, onde praticamente não existia rock (sim, eu vivia em meio à pagode, sertanejo, brega e afins) e digo com convicção, isso não era um motivo pra eu me adequar àquele meio. Eu e alguns amigos passávamos tardes escutando bandas como Rolling Stones, ACDC, Guns n' Roses. Mais tarde, por conhecimento, me enveredei pelos caminhos do Grunge com Nirvana e do metal com Slipknot. Aí está o problema da juventude de hoje. Não têm curiosidade, não têm sede de conhecimento e acabam aceitando sem questionar, simplismente aceitam.

É dai que bandas consagradas perdem seu lugar para meros seguidores de fênomenos da natureza, especificamente: arco-íris. Desculpem-me pela ironia, mas alguns iriam se achar ofendidos pelo comentário, e meu intuito não é falar do que virou clichê: falar mal de coloridos.

Mas, sem devaneios, voltemos ao rock.

Elvis Presley. Quem nunca ouviu falar desse cara que consagrou o ritmo comentado merece perder os ouvidos. Agressividade sim, porque chega a ser uma ignorância não conhecer tal figura, seja pela internet, pelos seus pais, avós, ou até por lilo e stitch (é, até lá ele aparece). Esse figurão foi um dos primeiros e o mais famoso branco (já que negros naquela época não eram escutados pela maioria elite branca) a estruturar uma música influênciada pelo western swing e pelo blues, criando a expressão rockabillity e o rock n' roll, na música Jailhouse Rock em 57, mas a expressão surgiu em 52 com Alan Freed. A partir daí, as portas foram abertas para o sucesso do novo ritmo.

A partir dos anos 60, com a sociedade do consumo em alta, eis que surge o que diferenciou os jovem daquela época para os jovens de hoje, banhados em rebeldia, garotos imberbes percebiam que a música era o grande sonho libertário e decidiram mudar o mundo, mas, em vez de armas, pegavam em guitarras. Surge Beach Boys, Bob Dylan, The Who, Rolling Stones, Beatles, e por ai vai.

Em meados da década de 60, a filosofia hippie, paz e amor estava em alta. Surge Janis Joplin e Jimi Hendrix e surge também um dos maiores movimentos criados pela música: o Woodstock, que reuniu 400 mil pessoas.

Já os anos 70 trouxeram muita psicodelia, glamour e punk rock. Surge Pink Floyd, Black Sabbath, AC/DC, Iron Maiden, Kiss, Led Zeppelin, Alice Cooper, Robert Plant, Jimmy Page, Sex Pistols.

Chegamos aos anos 80, com um gostinho de punk ainda no ar, mais pro lado da ressaca, da rebeldia mais melancólica e sombria, vemos ai a galera do The Cure, de quebra U2 pega carona.

Por fim, os anos 90. Dotado de nada mais, nada menos que Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, fora as garotas do Riot Grrrrrl.

E agora? O que sucedeu? Simples, chegamos à era do britpop, a tal "era do pop", onde atitudes, guitarras e soltar o verbo no palco fora trocado por roupas sensuais, uma batida mais eletrônica e algo meio fútil e até engraçado de se escutar.

Pra quem não sabe, pop = popular. E esse ritmo, por ironia do destino, foi o que mais se popularizou depois de sua criação. E não por eficácia. Depois da manipulação da mídia demasiada e da acomodação, não se escutou mais jovens que queriam mudar o mundo como nos anos 70. Não há a presença de jovens querendo ousar, e sim de jovens querendo "colorir" a vida com suas letras muito complexas: "sempre com o cartão do pai, compra tudo e se distrai" ou então "Merrier the more, Triple fun that way" ("quanto mais melhor, diversão tripla daquele jeito"). É, lamentável. Letras que expressam o consumo ou o libído sexual são cada vez mais comum.

E agora eu me pergunto, Cade? Cade aqueles jovens que não aceitavam sem indagar, que queriam mudar e não assitir tudo de cima do muro? Que eram curiosos e por isso descobriam coisas novas, que só nos beneficiavam? Sumiram e hoje sinto saudade de tudo.

Queria poder discutir de rock sem alguém me chamar de revoltada, ou de rockeira com um tom pejorativo. Porque pra mim, ser rockeira é orgulho, e se você aceita música em função de beleza ou de letras estúpidas, eu não. LONG LIVE ROCK N' ROLL!

Vale a pena

Essa foto resume o que o rock é parar mim, quase todas as minhas bandas preferidas estão ai, e aqui vão algumas delas, e outras que não estão mais vale a pena dar uma conferida (e meus integrantes preferidos é claro) : Angus Young (AC/DC), Gene Simmons (Kiss), Mick Jagger e Keith Richards (Rolling Stones), Johnny Cash, Axl Rose e Slash (Guns n' Roses), Johnny Rotten (Sex Pistols), Jimmy Page (Led Zeppelin), Freddie mercury, Kurt Cobain (Nirvana), Joey Ramone (Ramones), Ozzy Osbourne (Black Sabbath), Janis Joplin, Jimi Hendrix, Keith Moon (The Who), Elvis Presley, Bruce Dickinson (Iron Maiden), Robert Smith (The Cure), Ian Gillan (Deep Purple), Lemmy Kilmister (Motorhead), James Hetfield (Metallica), Nikki Sixx (Motley Crue), Dave Mustaine (Megadeth), Tom Araya (Slayer)... UFA!

Enfim, acho que é válido abrir a cabeça pra ver o que você anda escutando e o pior: sendo fã. É dificil largar de um vício, eu sei, mas se você largar um pouco dele pra reparar e comparar com esse ritmo tão obcecante (neologismos), você verá que não é tão errado o que eu disse ali em cima :)

Música da semana: Rock n' Roll all nite - Kiss

Livro da semana: Slash - a biografia